terça-feira, 25 de outubro de 2011


Certa vez eu estava na praia com meus pais, devia ter meus 6, 7 anos e vi um cara. Quem nasce em Santos, nasce sabendo diferenciar que é turista e quem é local, e eu logo percebi que local daqui ele não era. Era loiro, tinha olhos azuis enormes, o rosto vermelho como fogo, magricelo, com cara de bêbado, típico "paulista". Mas tinha alguma coisa nele que me chamava atenção. Eu não conseguia parar de olhar.
Foi então que eu fui até minha mãe e expliquei a ela que aquele rapaz tinha algo de diferente. Ela disse que ele estava bêbado e eu estava impressionada. Mas não era isso. Eu já havia visto outros bêbados, conhecidos e desconhecidos, não me impressionaria com tão pouco. Tinha alguma coisa nele, não sei o que.
E nunca mais eu me esqueci daquele cara. Ele me incomodava de uma maneira que ninguém havia me incomodado antes. Era como se eu o conhecesse, não sei. Como se de alguma das minhas vidas ele tivesse participado, eu acho.
Enfim, anos se passaram e aquela imagem do turista bêbado nunca saiu da minha memória. O que me faz pensar em como os caminhos das pessoas se cruzam de maneira desenfreada e incontrolável.
Você pode ter passado por uma pessoa na rua hoje, não ter dado a mínima importância, e de repente daqui a algum tempo ela entra na sua vida de novo. E tem também aquelas pessoas que a gente encontra quase todos os dias e não conhece, mas tem a impressão de que já são amigas, pela quantidade de vezes que se cruzaram acidentalmente. E por fim tem os amigos. Pessoas com as quais a gente cruza mas acabam ficando, por alguma razão em nossas vidas. Mas, por qual razão?
Qual é o critério que o destino escolhe para manter ou não manter as pessoas na sua vida? E como determinar por quanto tempo elas permaneceram? E as que por ventura deixam de fazer parte do seu dia a dia, e depois voltam? Como saber quais vão voltar e quais não?
Por que será que minha mãe se tornou amiga da minha madrinha e a convidou a ter um papel tão importante na minha infância? Porque ela e não outra? Porque será que escolheram um tal de Flávio para ser meu padrinho, e não o Lissinho, o PL, o Paulinho (que anos depois se tornou meu professor da faculdade), ou tantos outros amigos de meus pais que me lembro terem participado tão mais ativamente que ele da minha infância? Porque será que meu tio foi escolhido entre tantas crianças do orfanato para ser filho dos meus avós, se tornando 30 anos mais tarde meu tio? E se fosse outro, será que eu amaria e me daria tão bem quando com esse?
E porque meu pai não se tornou amigo daquele "paulista"? Talvez hoje ele tivesse filhos que seriam meus amigos de infância, talvez fosse meu "tio" favorito, talvez hoje eu saberia o porque daquele sentimento tão confuso que aquele cara me trazia...
Complexo, não?

Acho que pra voltar a postar, ta bom por hoje
=]

quinta-feira, 21 de julho de 2011



dissimulação
s. f.
1. Fingimento.
2. Disfarce.
3. Carácter de dissimulado.


dissimular
v. tr. e intr.
1. Fingir que não vê, não ouve ou não sente.
2. Suprimir a aparência de (o que se quer ocultar).
v. tr.
3. Deixar passar; fazer vista grossa sobre.




Eu sou rainha em dissimular! Dissimulo o tempo todo, com todo mundo. Ou quase.
Mas eu evito ao máximo utilizar de tal artifício nas amizades e no relacionamento. Acho falso, de mal grado, uma falha no caráter.
Mas é uma pena que nem todo mundo pense assim.
Certa vez, um amigo de um amigo meu tentou usar a tal tática com a namorada. Queria sair sozinho, não com a intenção de aprontar talvez, mas queria um momento a sós com os amigos, ou algo do tipo. Não importa.
Foi então que ele pensou que, se falasse abertamente com a namorada a respeito, iniciaria uma briga, e para evitar, tentou apenas comunicá-la que estava de saída. Mas em meio ao comunicado, ela perguntou "você está com intenção de ir sozinho?". Ele, sem saber argumentar depressa, pensou que, iniciando uma confusão poderia ir sem remorso algum. Distorceu de um lado, escorregou do outro, e por fim disse a ela "agora, só por causa disso eu vou!". Ela, por sua vez, não perdeu a compostura. Viu que ele estava usando a 'psicologia reversa', tentando culpá-la de algo apenas em benefício próprio. Disse que achava falta de respeito e tudo mais, tentou argumentar mais um pouco e por fim, ele decidiu não ir mais. Mas tudo isso levou um certo tempo, totalmente desnecessário, e facilmente poupado se ele tivesse sido honesto e simplesmente tivesse dito "eu estava pensando em ir a tal lugar com tal pessoa. Tudo bem pra você?".

Pois bem, ela não engoliu a história, e achou melhor conversar com ele mais tarde para poder resolver esse assunto, uma vez que a falha no caráter dele a magoou muito. Tentou tocar no assunto sutilmente, mas ainda se mostrando 'ligada'. Ele, mais uma vez disse coisas sem sentido, tentou distorcer as coisas que ela dizia, tentou usar as coisas que distorcia contra ela.
Ela desligou entristecida. Decepcionada.



Mais tarde voltaram a conversar. Ela tentou se mostrar mais calma para ver até onde poderia levar sua tese, sem que ele brigasse. Mas dessa vez o repreendeu todas as vezes que ele tentava dissimular ou distorcer. E aos poucos foram se entendendo. Com muita paciência ela mostrou a ele onde achava que ele estava errado, e ele por sua vez resolveu abrir a mente e conseguiu enxergar seu erro.
Uma discussão que levou dois dias poderia ter sido resolvida com um simples ceder, com uma simples conversa, com um simples 'eu quero sim que você vá comigo' ou um 'eu queria ir sozinho, você se incomoda?'.

E é por isso que eu digo, quem não pode com a mandinga não me tira pra dançar!
Não sabe usar a dissimulação, não usa!!

Prazer enorme voltar a postar, tenham todos uma ótima noite de quinta!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


Iniciar uma faculdade.

A primeira aula da aquele friozinho na barriga e você fica rezando pra conhecer alguém da sua sala. Fica ansioso pra conhecer os professores, as matérias, onde vai se dar bem, onde não...

E logo de cara você chega na sala, ninguém conhecido. Parece impossível mas é o que acontece. Senta num lugar de fácil acesso, perto o suficiente pra enxergar a lousa, longe o suficiente pra não ser enxergado pelo corpo docente. Puxa aquele caderninho surrado e fica de olho na porta, ainda na esperança de chegar alguém conhecido.

Acaba puxando papo com quem ta sentado mais perto, mas tem a impressão de quem ta fazendo amizade com a pessoa errada.

Lembra das promessas que fez a si mesmo:

-não fazer amizade com quem senta no fundo.

-não falar muito durante a aula.

-se empenhar, estudar e se dar bem.

-chegar cedo, evitar faltar e nunca sair antes do horário.

-anotar tudo o que os professores dizem, manter seu caderno em ordem, não emprestar material pra ninguém.

(...)


Já na primeira semana você acaba se entrosando, quase sem querer com aqueles que não querem nada com nada. Eles já começam a guardar um lugar pra você sentar no fundo e logo você vai estar saindo da sala pra fumar um cigarro no meio da aula.

Os trabalhos vão ser feitos sempre as pressas, os intervalos sempre vão ser no bar e durar mais do que o estipulado pela universidade, você não vai abrir o caderno em casa pra estudar e nunca vai lembrar de ler aquele artigo importante pra se preparar pra aula.


Suas primeiras chances de pegar DP se aproximam com velocidade, e mesmo sabendo que está pendurado vai sempre ter uma boa desculpa pra se dar pra não estudar. Vai continuar indo pro bar, mas agora com a frase feita na ponta da língua: "carai, tal matéria ta foda, tal professor é foda, ta tudo foda"


Daí pra frente eu não sei, meu caminho mais longo em uma faculdade durou apenas um ano.

Mas estou engressando numa nova facul, um novo ramo que me promete um futuro promissor e, com apenas uma semana de aula já estou sentada no fundo!


É tenso, mas tente não se indentificar com isso!!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Ela é engraçada, completamente louca, apaixonada por vodka e homens loiros, faz piada com a desgraça alheia, com a própria desgraça, com a própria mãe. Mas num deixa que ngm fale da Dona Nádia! Ela pode ser um homem forte numa briga, pode ser o ponto de equilíbrio numa galera bêbada, pode ser uma nadadora de nado sincronizado numa piscina de mil litros, pode ser a motorista que vem buscar a gente pro role, pode ser a chorona que... essa parte eu num vou contar não, senão ela vai ficar brava. Pode ser a mãe que aconselha, a irmã que acompanha (desde os roles mais irados aos mais miados, aos mais insanos), ou a filha que leva bronca com um sorriso escondido no canto da boca com um ar de : "vou te desobedecer assim que você virar as costas, mesmo sabendo que você tem razão". Pode ser a diarista que faxina a casa tomando cerveja e ouvindo Charlie Brown, pode ser a tia que faz tudo pelo sobrinho, pode ser criança na frente de um Wii ou de um tabuleiro de Banco Imobiliário, pode ser a funcionária responsável que sai do role pra apagar um incêndio no trampo, pode ser a estudante relapsa que bola aula pra ficar no bar do Daniel. Pode ser sua melhor companhia numa viajem, e seu pior pesadelo numa TPM.


Pode ser, não, É!


Uma Verônica de mil faces, e grande parte delas só eu conheci.

Faz uma falta tremenda no meu dia-a-dia.


Rude, grosseira, usa essa máscara pra que ngm veja o ser humano sensível e incrível que ela é. Uma fuga da realidade, talvez, mas ainda sim, com toda a sua arrogância conquistou muita gente. Gente essa que pergunta hoje pelos bares da vida:

-E a Verônica, hein? Alguém tem notícias dela?

E é engraçado como as pessoas me olham como se eu tivesse obrigação de saber como ela está. E eu acho que tenho. Afinal, se ela não for a melhor, é de fato uma das melhores amigas que eu tenho.


E hj que é aniversário do Batata, e que vamos comemorar num bar perto da casa dela pensei comigo que, se ela estivesse por aqui eu ía tomar um porre e dormir na casa dela, como tantas vezes, e la comemoraría por eu estar de "saidinha".


To com saudade dos detalhes, como jogar conversa fora fazendo as unhas, como ligar pra contar um babado quente, ou sair durante a semana só pra dar um role de moto, como passar na casa dela qndo to entediada, como marcar idas pra Branca, mesmo qse nunca dando certo, dos programas de índio como ir ao banco ou comprar um sapato, e até de discutir na frente do caixa do McDonald's qm paga o refrigerante dessa vez.


Ela vai dizer que é uma homenagem meio gay, mas eu sei que vai se emocionar.


Volta logo, Vec, ta fazendo falta no meu role!